Memória da bola

No meio, entre auxiliares, o técnico Otto Glória, que revolucionou o futebol português.
 ELE AJUDOU PORTUGAL... 

Nem bem desembarcou em Portugal, na cola do Lula, a presidente Dilma deu o recado: se precisar, o Brasil poderá ajudar Portugal a sair da crise.
Hum, Hum...não sei como. Apesar de ter o décimo PIB do planeta, o país penta campeão mundial de futebol exporta milhões de imigrantes, e  tem uma dívida pública que, já faz tempo, ultrapassou o trilhão de dólares  
Suas estradas de rodagem e cidades, seguem cada vez mais congestionadas,  pela falta  do tal trem de ferro, uma invenção de quase 200 anos, que, por sinal, corta Portugal de ponta a ponta e liga o país  à todas as regiões da Europa e parte da Ásia.
Mas, voltando à oferta de ajuda, e ficando no nosso terreiro.É inevitável lembrar daquela  bruta ajuda dada pelo treinador Otto Martins Glória (1917-1986), que desembarcou em Lisboa, mais de meio século atrás.
Revolucionou o futebol português, fora e dentro do campo, entre 1953 e 1959. Com novas normas administrativas, centros de treinamento, calendário, ajudado, reconheça-se, por uma uma safra esplendorosa de revelações da então colonia de Moçambique, terra do genial Euzébio.
Através do Benfica, logo campeão da  Europa, e da seleção nacional, terceiro lugar na Copa do Mundo de 1966, Otto Glória colocou, para sempre, Portugal no mapa-mundi do futebol.
No retorno ao Brasil, ainda garantiu uma raridade à colonia portuguesa de São Paulo:  aquele título paulista de 1973, repartido pela Lusa com o Santos de Pelé.

 Noroestinos da velha guarda conheceram esse São Paulo de 1966
 MUDANDO A CAMISA

Investindo toda a grana na construção do seu belo estádio, o São Paulo atravessou a década de 1960 vendo o Santos de Pelé e  a Academia do Parque Antárctica, repartirem os títulos.
Supersticioso, o antigo jornalista Paulo Planet Buarque, hoje conselheiro do São Paulo, achava que os novos tempos deviam incluir também, além do imponente Morumbi, uma nova camisa.
Durante vários jogos do Paulistão de 1966
o Tricolor vestiu o novo uniforme, como mostra a formação da foto: em pé, a partir da esquerda, Osvaldo Cunha, Tenente, Bellini, Carlos Alberto, Fábio, e o bauruense Nenê Boteco; agachados, Paraná, Prado, Babá, Fefeu e Adiber.
A moda não pegou. Mas, os bauruenses da velha guarda não esquecem. Com algumas mudanças na escalação, mas vestindo essa mesma camisa, em novembro de 1966, o São Paulo despacharia o nosso Norusca para a Segundona, após um empate de 1 a 1 no Alfredão.
Para dar sorte, falando em São Paulo, adversário no jogo decisivo do próximo domingo, prefiro evocar aquela visita de outubro de 1960: 5 a 2 para o Norusca, 3 gols do Zé Carlos Coelho, hoje na arquibancada, como nós, roendo as unhas... 

Por João F. Tidei Lima ( Historiador )


Postar um comentário