Goleada humilhante e providencial

A goleada de 5 x 1 que o Noroeste sofreu em casa para o Americana não deve ser lamentada. Ao contrário, deve ser recebida com alívio, pois foi altamente providencial.
O Noroeste não tinha em Luciano Dias o técnico ideal para enfrentar uma competição tão difícil como o Paulistão e pelo exagero do resultado, ainda mais em Bauru, a reação foi imediata e o técnico caiu.
O problema, no entanto pode continuar se a solução não for tão boa como o desastre. Quem será o novo técnico noroestino?
Ultimamente as substituições não têm correspondido às necessidades e costumeiramente trocam-se seis por meia dúzia.
Não pense que é fácil escolher um treinador, o homem que terá a incumbência de unir um time e levá-lo a conquistas. As chances de errar são infinitamente maiores do que as de acertar.
E mais: os bons custam muito caro e não costumam estar disponíveis. O Noroeste também é um clube médio e possui suas limitações de investimentos.
Parece, no entanto, que o problema no Noroeste não fica apenas na troca de técnico. Muitos jogadores, que seriam esperanças para o Noroeste, porque já mostraram aqui mesmo seu valor, não estariam em boas condições físicas.
Ernani, Vadinho e Otacílio Neto já transparecem sinais claros de que possuem contusões persistentes e não conseguem entrar em plenas condições de jogo. Sem eles o elenco fica bem desfalcado. Cai bastante o nível do time.
O meio campo tem sido um ponto frágil e a zaga, também já altamente debilitada, ainda vê seu trabalhado agravado pela incompetência do meio. No ataque vimos no jogo com Americana apenas o voluntarismo de Diego, mas isolado, solitário.
Portanto o time todo está contaminado e percebe-se que o ambiente também não está bom. O grupo não está vibrando, não passou determinação, estava apavorado e inseguro. Isso tudo, além do péssimo futebol mostrado. Tanto é verdade que tomou 5 x 1 em pleno Alfredo Castilho.
Arriscaria dizer que continuam alguns velhos problemas do Noroeste da era Damião. Tem dinheiro, mas não tem o cara que zele pela grana e contrate realmente com vontade de ganhar os jogos e não preocupado com interesses meramente financeiros.
Apenas os interesses empresariais sempre têm norteado as contratações e onde não há um mínimo de coração e ideal envolvido é difícil chegar a algum lugar. A não ser em esquemas muito profissionais mesmo, muito organizados, como parece ser o próprio Americana e alguns outros hoje muito comuns no futebol.
Retomo o conforto e a resignação pela goleada, porque foi na hora certa. Ainda dá tempo de tomar as medidas necessárias. Infelizmente as declarações do mandatário Damião Garcia batem na trave. E bola na trave não é gol. Achei muito “light”. A coisa é mais profunda do que só o trocar o Luciano Dias. Oremos.

Por Paulo Sergio Simonetti





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