Guerreiro é o baralho!


Que a publicidade brasileira sofre de algumas doenças de difícil cura, todos nós sabemos. Até aí, tudo bem, o jornalismo também sofre, e, nos dois casos, há pérolas em meio à lama. O problema, tanto em um caso como no outro, é quando a lama extrapola seus limites e começa a influenciar a vida nacional. Como aconteceu na Copa do Mundo. Fomos à África do Sul convencidos pelo conluio entre a má publicidade e o jornalismo puxa-saco de que nosso time tinha que ser "guerreiro". Já sabemos no que isso resultou.
Pois bem: guerreiro é o baralho! O futebol brasileiro nunca venceu na porrada. Nunca precisou cuspir e pisar na coxa do adversário para se impôr. Sempre o fez escapando da violência com habilidade. Nunca tivemos um time "guerreiro" campeão. Nem em 94, quando o "guerreiro" Dunga era coadjuvante dos gênios Romário e Bebeto. O Brasil, o país, aliás, nunca se orgulhou de ser guerreiro, mas sim de ser pacífico. Guerreira é a Alemanha!
Conseguimos, assim, convencer Robinho de que, mais importante do que driblar, era tentar intimidar o adversário. Mas o cara tem 1,60 de altura! 50 quilos! Quem é que vai se intimidar com isso? Se, entretanto, tivesse se preocupado com o que um dia já soube fazer, Robinho teria intimidado os beques com o poder do "dibre". Para isso, claro, estaria melhor acompanhado de Ronaldinho, Ganso ou Neymar do que de Felipe Melo e Julio Baptista.
Claro que este não foi o único problema da Seleção, mas é este o que mais corre o risco de ser perpetuado. Já li, aqui mesmo nesse blog, gente que acha que "faltou linha dura". Mas se a tal "linha dura" foi justamente parte grande do problema! Se foi ela que isolou a Seleção de seu país! O que faltou foi futebol, não foi guerra. E é disso que precisamos.
Precisamos de um técnico que entenda de futebol. Ainda mais, porém, precisamos de alguém que reconquiste os brasileiros. Que faça a torcida se sentir parte do time, como foi em 82, como foi em 2002. A Copa de 2014 é aqui, ter o time em sintonia com o país, que deveria ser importante sempre, é ainda mais fundamental.
E que fique claro: aqui a gente é de paz, e de toque de bola. Guerreiro é o baralho!
Por: Caio Maia ( site do Trivela)

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