Começamos a viver a síndrome da ressaca da Copa do Mundo. Trata-se de um autêntico vazio no futebol brasileiro. As competições “fingem” que começam e os clubes “fingem” que participam.
A largada do Campeonato Brasileiro está mais sem graça do que dançar com a irmã. Além da contaminação desse vazio, os grandes clubes ainda estão envolvidos pelas disputas de outros campeonatos, como Copa do Brasil e Libertadores da América.
Há quem defenda teses de atitudes reagentes contra esse enfadonho e inevitável período. São projetos de que os clubes que aproveitarem esse quase desdém pelos jogos pré e imediatamente pós-Copa, poderão levar à sério e vencer seus jogos.
Assim os que normalmente disputam o título poderiam deixar seus concorrentes bem distanciados e quando fossem jogar prá valer, já seria muito difícil alcançá-los.
Já os que sempre correm riscos de rebaixamento poderiam somar pontos preciosos nesse período e evitar a queda de divisão.
Só que a realidade é complicada. Até acredito que muitos clubes gostariam de fazer isso, mas esbarram em esvaziamento de plantel, desmotivação dos “craques” não convocados para a seleção, frustração de torcedores, a própria expectativa do Mundial e tantos outros motivos.
A verdade é que o fantasma do vazio da Copa está aí e raríssimas são as agremiações que conseguem driblar esse fator sazonal e endêmico em nosso futebol.
Aqui em Bauru o Noroeste, como quase toda equipe pequena, é vítima fatal do fenômeno. Presa fácil do ambiente de esvaziamento do plantel e desmotivação de dirigentes e torcedores.
Pesa muito nesses clubes, como no Noroeste, a falta de dinheiro, que teria que ser literalmente queimado, com resultados duvidosos.
Então as agremiações apelam para os clubes B, quando não para garotos dos Sub 20, 17, etc.
O Noroeste está anunciando que vai disputar a Copa Paulista com o time Sub 17. Os jogos começam em 18 de julho e a primeira fase vai até 19 de setembro.
Sem dinheiro, aliviando as despesas e enxugando custos, quase todos os clubes devem jogar com equipes mistas, quando não juvenis. O Noroeste não será exceção.
Aliás, lendo o Regulamento não encontrei nada que falasse sobre a exigência de utilizar jogadores das equipes de base, estimulando assim a competição a revelar novos jogadores.
O Noroeste, na verdade, parece fazer sua parte. No entanto tenho minhas dúvidas, pois pelo que vi, a diretoria se preocupou seriamente com o retorno à elite do futebol paulista nos cem anos do clube e não teve tempo, nem recursos para cuidar das equipes de base.
Não sei que Sub 17 será esse (?), se terá reforços profissionais e o que pretende o Noroeste. Há uma garantia de jogos até o fim da primeira fase. Não classificando a equipe fica sem jogar em outubro e novembro.
Um período que pode até ser saudável para economizar, planejar o plantel e as estratégias para o Paulista da Série A1 de 2011.