AQUELE BAURU!
Nas últimas semanas, eu e minha mulher fomos com frequência
à São Paulo, cidade que conheci, ainda adolescente, em 1957.
Nas andanças, passagem obrigatória pelo centro, no histórico
Largo do Paiçandu (ou Paysandu pela grafia antiga.), na avenida São João.
Inevitável a lembrança do bauruense Casimiro Pinto Neto (1914-1983), na foto ao
lado do então proprietário da Rádio e Televisão Record, Paulo Machado de
Carvalho.
Claro, no conteúdo dessa memória, a façanha do estudante de
Direito, Casimiro Pinto Neto, em 1934,
ao explicar ao garção do Bar
Ponto Chic a receita do seu tipo de sanduíche: pão francês sem miolo,
queijo, rosbife, rodelas de tomate,
picles de pepino e orégano
Não demorou para os amigos do Casimiro, e outros, naquela e nas noites seguintes repetirem a explicação:...."garção,
queremos aquele sanduíche igual ao do Bauru", que era o apelido do
Casimiro Pinto Neto, mais tarde funcionário das empresas de Paulo Machado de
Carvalho.
Por falar em Largo do Paiçandu, ali tinha também ponto de parada dos bondes. Não esqueço.
Monitorado pelo meu saudoso pai, embarcamos num deles, rumo ao Pacaembu,
clássico pelo Paulistão naquele 1957...
FORA DOS TRILHOS!
Em se tratando do Brasil, estamos cansados de repetir que
os bondes e outros veículos próprios do
mundo civilizado, foram por aqui criminosamente descartados.
Nas avenidas e nas ligações entre as cidades e os
Estados, o país tromba, derrapa. mata e
parece perdido fora dos trilhos.
Sob os olhares dos agentes dos três poderes, em todos os
escalões da República, que nunca se encararam para valer, na cobrança recíproca da implantação e conclusão de projetos de 30
ou 40 anos atrás que prometiam o país nos trilhos, como no mundo civilizado,
quer dizer Europa, Ásia e América do
Norte.
Hoje, preciso jurar para os meus filhos, que a foto do bonde
na avenida São João é retrato de uma realidade que já existiu entre nós
João F. Tidei de Lima/ Historiador