Percebe-se
em pequenos detalhes o reinício do namoro. Depois do flerte e da troca de
olhares platônicos, o episódio “Saída de Damião” foi definitivo para o
reencontro entre o clube e a cidade. Noroeste e Bauru parecem que voltam às
boas.
O
envolvimento de pessoas que vivem em Bauru com a direção do clube, a adesão de
amigos dos dirigentes para ajudar nesse novo desafio e um clima de esperança
acabam por contagiar a cidade.
Aos poucos a
turma vai chegando. Um ajuda aqui, outro socorre ali e meio que num lance
mágico, quase como num encantamento, o Noroeste de Bauru vai ressurgindo. Os
corações vão se desarmando e todos estão querendo ajudar.
Há uma
verdadeira “campanha” invisível contaminando a cidade. Sem combinar nada,
tacitamente, espontânea, ela vai arregimentando braços e mentes para uma
batalha, que antes parecia perdida e que milagrosamente vai sendo enfrentada.
Dia a dia, minuto a minuto,jogo a jogo..
O presidente
Busalaf se jogou numa “aventura” e deve ter percebido alguma coisa que só ele e
seus companheiros enxergaram: A cidade ama sim o Noroeste e tudo pode dar
certo. E não é que vai “virando”.
Num momento
tão difícil para se tocar um clube de futebol profissional, onde o lado
empresarial e o dinheiro é que comandam e mesmo assim é muito difícil (Vide o
período Damião), o Noroeste parece desafiar essa lógica.
Vamos deixar
muito claro duas coisas: Primeiro, que somos eternamente gratos a tudo o que o
empresário Damião Garcia fez pelo Noroeste. Segundo, que não estamos com essa
colocação, quem sabe até sonhadora demais, esperando que o Noroeste arrebente e
volte imediatamente à elite do futebol.
A
sobrevivência digna do clube, uma participação respeitável na Série A2 de 2013,
na Copa Brasil e a continuidade das atividades profissionais já seria uma
grande realização, para uma equipe que busca trilhar um novo caminho de forma
mais independente e com o carinho de sua torcida e de sua cidade.
Isso já
seria o início saudável de novos tempos e um período em que devem proliferar
não só homens para trabalhar pelo Noroeste, mas também mentes criativas, com
novas idéias, novos projetos, que possam atrair
investimentos para o clube.
O Noroeste
deve ter agora como meta a solidificação de que é um bom produto, com tradição
centenária, numa cidade importante do maior mercado brasileiro (Interior de São
Paulo), com quase 400 mil habitantes e muito tem a oferecer a seus
investidores.
Está aí o
grande desafio do presidente Busalaf e seus pares, das torcidas organizadas, da
imprensa e de todos os bauruenses que gostam de futebol e certamente amam o
Noroeste, mas estão sofridos pelas lutas e
mais lutas ao longo de todos esses anos. No entanto tenho certeza que
não deixaram de gostar do time que representa sua cidade e que é conhecido e
respeitado sim, em todo o Brasil.
Paulo Sérgio
Simonetti/ Rádio 94FM de Bauru