Em 1970 o gol histórico de Fedato no Parque Antárctica |
Palmeirenses da velha guarda, dia destes, me lembraram que o
nosso Noroeste sempre deu sorte no velho
e desaparecido Parque Antárctica.
O resgate, claro, contemplou logo de cara a vitória por 1 a
0 na decisão contra o Nacional, em 1970, e que trouxe o Norusca de volta
à Primeirona. Na memória de cada
um os detalhes do gol solitário do saudoso centro avante Fedato (1948-2000), como aparece na foto.
Durante a conversa,
recordei o primeiro jogo do Norusca no velho Parque Antárctica, pelo
Paulistão de 1954, o Palmeiras disputando palmo a palmo o título com o
Corinthians. Televisão ainda ausente, acompanhei o jogo pela Rádio Difusora de
São Paulo, na voz de Aurélio Campos,
famoso, entre outras coisas, porque
implicava até mesmo com a aparência dos jogadores.
A disparidade de forças levou o Aurélio a antecipar uma
goleada antes de ser dada a saída.
Durante a transmissão pegou no pé do quarto-zagueiro do
Noroeste, o corpulento Mingão: "Jogador com gorrinho na cabeça? Isso é
coisa de beque de time de fazenda!"
Resultado final: 3 a 3, com o "beque do time de
fazenda" despontando como verdadeiro paredão. O pontinho perdido faria
falta ao Palmeiras...
Em 1958, esse trio da Rádio Bandeirantes era imbatível |
A MAGIA DO RÁDIO
Como registra a história, Copa do Mundo com transmissão
direta pela televisão até nós, só a
partir de 1970 . A foto é de 1958, ano da Copa do Mundo na Suécia. Da esquerda
para a direita, Edson Leite, Fiori Gigliotti e Pedro Luís.
O bauruense Edson Leite (1926-1983), locutor esportivo desde
os tempos da PRG-8 Bauru Rádio Clube,
inícios da década de 1940, era, à
altura de 1958, além do narrador titular, o diretor artístico da Rádio
Bandeirantes, e comandante do Sistema RB-55, implantado por ele, e tendo como
suporte o tripé jornalismo, esportes e música. Uma revolução no rádio.
Copa do Mundo se aproximando, Édson foi buscar, na
Panamericana, o melhor locutor esportivo do país, Pedro Luís Paoliello
(1919-1998), que chegou acompanhado do melhor comentarista, Mário Morais
(1925-1988). Os três embarcaram para a Suécia, quando a Bandeirantes comandou a formação da Cadeia
Verde-Amarela Norte-Sul do Brasil, integrada por 400 emissoras.
Quanto ao Fiori Gigliotti (1928-2006), na Bandeirantes desde
1952, com a chegada do Pedro ficou como o terceiro narrador. Por isso, aceitou
naquele mesmo 1958, proposta irrecusável da
Panamericana, onde comandaria a equipe esportiva até 1963.
João F. Tidei Lima/ Historiador