Pelo segundo ano consecutivo, este jovem treinador nascido
em Jacuba e revelado no futebol pelo Novorizontino, terá a missão de conduzir
os garotos do Noroeste no mais cobiçado vestibular do futebol brasileiro, a
Copa São Paulo de Futebol Júnior. Em entrevista do Jornada Esportiva, Sato que
chegou ao Norusca em 2011 e já exerceu a função de treinador e coordenador das
categorias de base, fala sobre a preparação para a Copinha, os adversários e o
desafio de comandar o time sub-19 do Noroeste neste momento de transição no
clube.
JORNADA: A Copa São Paulo de Futebol Júnior tem como
característica ser um torneio de tiro curto. Como administrar este tipo de
competição, onde a equipe não pode vacilar?
LUCIANO SATO: Realmente, a primeira fase da Copa São Paulo
se define em uma semana, lembra muito os Jogos Regionais e Abertos, é uma
competição diferente. Temos que entrar focados os 90 minutos, não temos direito
a erro como temos numa competição como o Paulista. Não podemos nos
desconcentrar em um ou dois minutos. Nós estamos trabalhando neste sentido
desde o Campeonato Paulista sub-20 para esta estréia contra o Atlético/MG e
desta maneira atingir o objetivo.
JORNADA: Na nossa avaliação, o grupo em Lins é extremamente
equilibrado. Como você avalia os adversários que o Noroeste terá pela frente?
LUCIANO SATO: O Atlético Mineiro nós estamos acompanhando
pela televisão. A base é o time que disputou a Copa do Brasil sub-20 e
sagrou-se vice campeão. É um time forte, com jogadores habilidosos, rápido, são
muito fortes nas bolas aéreas. É um time de qualidade, onde não podemos errar.
Temos que marcar, não podemos dar espaço aos atacantes. Quanto ao Linense,
conheço pouco. Tive algumas informações sobre alguns jogadores. É um clássico
regional e por isso, se torna um jogo difícil. Porém, podemos impor o nosso
jogo para sairmos com o resultado positivo. Por último o Rio Preto, conhecemos
bem. Estava no nosso grupo no Paulista Sub-20, ganhamos fora de casa e perdemos
em casa. É uma equipe que trabalha bem a base, será um confronto muito difícil.
É um grupo muito equilibrado, onde quem errar menos durante as partidas, saíra
classificado.
JORNADA: Como neutralizar e errar menos na estréia contra o
Atlético Mineiro?
LUCIANO SATO: Como eles tocam rápido a bola e o jogo aéreo
deles é muito forte, temos que reforçar a marcação. Além disso, temos que ficar
atentos com as inversões de jogadas e principalmente com o meio de campo deles
que também é muito veloz. Conversamos, trabalhamos taticamente em cima disso.
Vamos buscar neutralizar os pontos fortes do Atlético Mineiro na estréia.
Acredito que vamos fazer um bom jogo. Não podemos perder na estréia. Como só se
classifica o campeão da chave e os 7 melhores segundos, é importante
terminarmos a fase de classificação com 7 pontos, ou 6 pontos com um bom saldo.
JORNADA: Fale um pouco sobre o grupo de jogadores que você
vai comandar nesta Copinha.
LUCIANO SATO: É um grupo que está acostumado a competições.
A base com sete, oito jogadores disputou o Campeonato Paulista e já tem
experiência. Chegou o Guilherme, que é volante, se destacou na pré temporada,
fez bons jogos. Ganhou a condição de titular. Tem o Nilo atacante, que vem
ganhando o seu espaço, além daqueles que já tiveram oportunidade no
profissional como o Douglas, o Samuel Balbino, o Lúcio, o goleiro Leandro. É um
ponto positivo para a nossa estréia.
JORNADA: Nos amistosos, o time apresentou um bom volume de
jogo, mas pecou nas finalizações. Esse é o seu “calcanhar de Aquiles” no
momento?
LUCIANO SATO: Não adianta jogarmos bem, dominarmos a
partida, se a gente não conseguir colocar a bola na rede. Estou conversando com
o grupo, pedindo tranqüilidade, pedindo movimento correto de chute. Em alguns
amistosos tivemos mais volume de jogo, criamos de 7 a 8 oportunidades, mas
estamos tendo um aproveitamento baixo nas conclusões. Precisamos melhorar isso.
JORNADA: O clube passou por uma transição, que indiretamente
também afetou a base. Como você administrou esta situação junto ao grupo?
LUCIANO SATO: Desde o início da transição, na saída da
família Garcia, eu tenho conversado com o grupo. Passei para eles esquecerem o
que está acontecendo fora de campo. Eles precisam se focar no que está
acontecendo dentro de campo. Para eles, o momento não é de dinheiro, nem de
pagamento. O momento é de trabalho e da visibilidade que a Copa São Paulo
proporciona. Nesta competição eles podem mostrar seu talento, teremos dois
jogos com televisão, com empresários e pessoas de outras equipes assistindo.
Uma boa atuação em um jogo, em alguns minutos que seja, podem mudar a vida
deles. É nisso que eles tem que pensar neste momento. Até por isso, passamos
Natal e Ano Novo, trabalhando para isso.
JORNADA: Você já trabalha com a base algum tempo e sempre
nessa época o Natal e o Ano Novo com a família ficam prejudicados. Seus
familiares já se acostumaram com esta situação. E os garotos, como assimilam
isso?
LUCIANO SATO: O futebol exige da gente atenção 24 horas por
dia. Em casa, ligamos o computador, assistimos vídeos e sempre temos que estar
atualizado. A família entende, sabe que é a profissão da gente. Eu passo isso
para os meninos. Natal e Ano Novo, nós temos todo ano. Agora, prá muitos
meninos, esta Copa São Paulo é a última chance de mostrar a qualidade. Por
isso, tem que manter o foco apesar das festas de final de ano. É a oportunidade
da vida, seja para ser visto por alguma outra equipe, como pelo próprio técnico
do Noroeste da equipe principal, que assistiu alguns amistosos da nossa equipe
e gostou do que viu.
Rafael Antonio/ Site do Jornada Esportiva