Clube aposta na continuidade da Kalunga para facilitar
montagem de time competitivo na A-2 2013; acordo pode ser selado na final com
Audax em SP
O número é R$ 150 mil. Este é o montante considerado
necessário pelo presidente interino do Noroeste, Toninho Gimenez, para o clube
ter uma equipe competitiva, capaz de brigar pelo acesso à primeira divisão do
Campeonato Paulista na próxima temporada. Alcançar este valor torna-se menos
complicado desde que o clube consiga seu objetivo e acerte a extensão do
patrocínio master da Kalunga, que termina no mês que vem e responde por cerca
de R$ 70 mil mensais.
Contando o aporte da empresa da família Garcia, o Norusca
tem hoje uma receita de aproximadamente R$ 135 mil (veja em quadro nesta
página). Porém, por contrato, a Kalunga não tem que colocar mais nenhum centavo
na conta alvirrubra, uma vez que já adiantou todos os pagamentos acertados até
o final do vínculo com o clube bauruense. Ou seja, com a Kalunga, faltam R$ 15
mil para o “orçamento ideal”. Sem a empresa, são R$ 85 mil para se buscar.
E a permanência do patrocínio da Kalunga parece mais
provável. As perspectivas tornaram-se mais positivas porque uma quarta chapa
para as eleições presidenciais do clube, marcadas para o dia 4 dezembro, vem
sendo costurada nos bastidores e ganha força nas últimas semanas. O candidato à
presidência de situação e que contaria com o apoio do Conselho Deliberativo
para assumir o clube é o empresário Toninho Alencar, o Toninho da Mariflex, e
sua eleição seria fundamental para que a família Garcia mantivesse o apoio ao
Noroeste e continuasse com a cota master de patrocínio.
Uma renovação da Kalunga estaria intimamente ligada à
eleição de Alencar à presidência. Gimenez deve ser reunir com Paulo Garcia no
domingo - o Noroeste faz a final da Copa Paulista contra o Audax, no Estádio
Nicolau Alayon, em São Paulo, possível local do encontro - para discutir o
prolongamento do patrocínio da empresa ao Alvirrubro. Até agora, o empresário
Álvaro Pedroso, o advogado Elias Brandão e o comerciante Bruno Lopes são os
candidatos à presidência do clube.
Alencar confirma a intenção de se candidatar e está se
inteirando da situação financeira do clube. O empresário condiciona sua
candidatura ao que vai “encontrar” no clube. “Se estiver tudo como eu imagino
que esteja, sim. Quero saber como andam as finanças do Noroeste, qual a
situação, como está a dívida para poder assumir”, declara. “Ele vai se inteirar
direito daquilo que ele pode assumir”, reforça Gimenez. Segundo o presidente
interino, as despesas do clube, hoje, giram em torno de R$ 260 mil.
Alencar já acertou patrocínio de sua empresa ao clube de R$
20 mil mensais, mas descarta, mesmo assumindo a presidência, arcar com a cota
master. “Se a Kalunga não ficar, vamos tentar achar alguém. Mas a gente quer
que a Kalunga fique pelo menos mais um ano”, ressalta. O possível candidato
também salienta que não tem atletas para colocar no Noroeste e é contrário a
ter um “time de empresário” representando as cores alvirrubras. “Não tenho
jogadores, não sou empresário de jogador. E também não concordo muito com este
negócio de empresário botar jogador no clube e, depois, levar embora sem muito
fim lucrativo para o clube”, define.
De acordo com Alencar, experiências negativas são o motivo
de sua convicção. “Tem alguns clubes que patrocinei onde empresários fizeram
isso (levar jogadores) e estão afundados. Se eu for o presidente, quero
administrar com transparência, dignidade e honestidade, que é tudo que sei
fazer na vida”, frisa.
Processo superado
Alencar se reaproxima do Noroeste após episódio desgastante
em 2010, quando a Mariflex investiu na pintura do Estádio Alfredo de Castilho
em troca de ter sua marca estampada no local. No entanto, o acordo terminou em
processo por quebra de contrato, pois o departamento de marketing não respeitou
o acerto. O empresário destaca que o caso está superado. “Foram R$ 51 mil
(investidos). Processei o clube, recebi e o Noroeste não me deve nada e nem eu
devo ao Noroeste. Já é passado”, conclui.
Rastro acerta patrocínio
O Noroeste fechou patrocínio com a casa noturna Rastro do
Cowboy com duração até o final da Série A-2 do ano que vem. Pelo contrato, o
clube receberá R$ 10 mil mensais e terá estampado em seu uniforme a imagem da
dupla sertaneja Oliver e Léo já a partir da final deste domingo.
“É uma dupla nossa de São Bernardo do Campo, Oliver e Léo,
vamos investir e colocar a logomarca na camisa do Noroeste. O contrato é para o
Campeonato Paulista”, comenta Emílio Brumati, proprietário do Rasto do Cowboy.
Além do Rastro, o Norusca também está em negociação com outra empresa da cidade
para fechar um patrocínio de R$ 20 mil, o que deverá ser definido em breve.
Receita mensal atual do Noroeste
Kalunga* R$ 70 mil
Mariflex R$ 20 mil
Placar e cadeiras R$
15 mil
Rastro do Cowboy R$
10 mil
Outras empresas R$ 20
mil
Total com a Kalunga
R$ 135 mil
Total sem a Kalunga
R$ 65 mil
Patrocínio em negociação R$ 20 mil
* Pagamentos já adiantados até dezembro, mês final do atual
contrato
Wagner Teodoro/ Jornal da Cidade