MEMÓRIA DA BOLA



Esse time do Noroeste, em 1957/58, tinha um zagueiro-artilheiro.
ZAGUEIRO  ARTILHEIRO

Zagueiro-artilheiro. Calma, não estou falando do zagueiro Rodolpho, do São Paulo F.C. especialista em bolas na trave e gols inesperados, claro, contra a própria meta, além da habitual expulsão.
Estou lembrando do lendário zagueiro Fernando Pierre, cirurgião dentista, que o E.C.Noroeste foi buscar em Araraquara. Nenhuma "finesse" no trato com a bola. Mas, era um guerreiro, nas laterais ou no miolo. E empurrava o time para a frente, ia junto quando o ataque não engrenava. Decidiu jogos memoráveis.
Só em 1957, torneio de classificação para o Paulistão, me lembro de dois: Pierre fazendo 3 a 3, nos últimos minutos contra o XV em Jaú, e decretando 1 a 0, nos descontos, contra a respeitada Ponte Preta no velho estádio Alfredo de Castilho.
O saudoso Pierre aparece alinhado na foto, em pé, a partir da esquerda, Gaspar, Diogenes, Pierre, Fernando, Pedro, Julião e o massagista Romeu; agachados, Valeriano, Marinho, Wilson, Berto e Ismar.


O grande historiador Eric Hobsbawm, numa de suas visitas ao Brasil
 FUTEBOL GLOBALIZADO

Como destacou a imprensa durante a semana, aos 95 anos, lúcido, competente, engajado e, como sempre, enxergando adiante do seu tempo, despediu-se o historiador inglês Eric  Hobsbawm.
Um dos mais influentes, ao longo do século XX. Fonte de consulta obrigatória na área das Ciências Humanas, Hobsbawm, sem perder a dimensão das totalidades, escreveu também uma História Social do Jazz e dois livros focando os chamados "bandidos sociais", desde, digamos, seu conterrâneo Robin Hood até o nosso cangaceiro Lampião.
Não esqueceu do futebol, enquadrado pela chamada globalização, e os mercados milionários da Europa, Ásia e América do Norte.  Hobsbawm, anos atrás, deu entrevista e lamentou que boa parte dos clubes de países da África e da América Latina tivessem virado centros de formação e recrutamento. Sem caixa para segurar suas revelações, e valorizar seus torneios domésticos, matrizes sagradas de identidade.
Nada à vista, sugerindo mudanças? Neymar, Ganso, casos isolados?

João F.Tidei Lima/ Historiador

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