O Produto Noroeste

Com a saída confirmada do grupo Damião Garcia do comando do Noroeste, uma questão se impõe: Qual o valor do produto Noroeste? Será que um clube de mais de 100 anos, numa cidade a caminho do meio milhão de habitantes e na Série A2 do Campeonato Paulista, pode representar um bom investimento?

De antemão já se sabe que a cidade não tem mais ninguém disposto a levar avante a bandeira noroestina. Décadas já se passaram onde nomes como Cláudio Amantini, Inocêncio Medina, Ibrahim Cameschi e tantos outros baluartes se aventuraram nessa empreitada. Hoje a realidade é outra.

Comenta-se que alguns empresários do futebol estariam interessados em assumir o clube e tentar transformá-lo em algo viável e rentável. E não é impossível, porque a administração Damião admite que foi lesada pelos seus administradores locais, que aliás foram contratados pelo próprio Damião Garcia e seus filhos e neto.

Isso significa que os resultados poderiam e deveriam ter sido bem melhores, mais proporcionais aos investimentos que foram feitos pelo empresário da Kalunga. Pela organização e montante do dinheiro os objetivos alcançados deixaram a desejar. Com certeza a cobrança e a fiscalização tinham que ser mais contundentes. Cansamos de realçar essa situação em nossa coluna. O presidente era muito ausente.

Futebol não tem outra forma de tocar, que não seja aquela de correr junto, ter o ingrediente da passionalidade, da verdadeira loucura, caso contrário os resultados não aparecem.

O Noroeste ao longo de sua idade centenária sempre viveu na pobreza, faltando dinheiro e investimentos, com salários atrasados, dívidas com fornecedores e sobreviveu e até com algumas conquistas significativas.

Na gestão Damião, com organização interna, sem as dezenas de ações trabalhistas que inundavam a secretaria do clube, com salários absolutamente em dia, pré-temporadas, e tudo o que um clube de qualidade precisa, os resultados correspondentes não surgiram.

Cheguei a usar nesta coluna e no Rádio, por muitas e muitas vezes, a expressão “esse escritório local” que comanda friamente o clube nunca vai trazer os resultados que todos esperam. Não só não trouxe como parece ter desviado valores, segundo os próprios dirigentes dos Garcia.

Para finalizar quero deixar claro que sou contra a ideia de passar o Estádio Alfredo Castilho para a Prefeitura. O clube precisa desse patrimônio, que foi adquirido por fanático torcedor e ex dirigente Cláudio Amantini e passado para o Noroeste.

O clube que faça uma parceria com a municipalidade, cedendo suas dependências para utilização da Prefeitura e tendo como contraprestação a manutenção de Alfredo Castilho. Acho bom o presidente do Conselho Deliberativo, Toninho Gimenez rever sua posição.

Paulo Sérgio Simonetti/ Rádio 94 FM de Bauru

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