Djalma Santos, que aparece ao lado de Bellini, estava no Palmeiras/68 |
O VERDÃO DA DEGOLA
Faz tempo que ameaça de degola tem
lugar na agenda do Palmeiras. Até daquele Verdão que durante a
década de 1960 repartiu os títulos do Paulistão, maior torneio do país,
com o super Santos da era Pelé.
De repente, no Paulistão de
1968, o contraste brutal. O Santos lá em cima, campeão antecipado, e o Palmeiras
lá embaixo, desesperado, na rabeira, a um passo da degola.
Para se salvar, teria que, no último
jogo, pelo menos empatar com o perigoso Guarani, em Campinas. E
não é que conseguiu um providencial empate por 1 a 1? Sabe-se lá por que, o Bugre
decidiu escalar uma amontoado de reservas e juvenis.
E para não correr riscos, fez entrar
também um tal de Flamarion, bom jogador, mas sem o devido registro na Federação
Paulista de Futebol...
Coincidências misteriosas, claro,
coroadas por um cinismo exemplar, do Brinco de Ouro ao Parque
Antárctica. Os efeitos foram imediatos. O Verdão seguiu no Paulistão,
mas dispensou muita gente, inclusive o bicampeão mundial Djalma Santos.
Que, na hora, recebeu convite do Atlético Paranaense.
Em 1970, Djalma Santos, ao
lado de outro bicampeão mundial, Bellini, ajudava o clube a recuperar o
título estadual depois de 12 anos.
O Corinthians, em 1968,
acabou com um tabu de 11 anos
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FIM
DE UM TABU
Então os cartolas do Parque São
Jorge combinaram uma jogada com dois lances: foram à Vila Belmiro buscar
o homem que escalava aquele Santos imbatível, e viajaram até o Rio
para contratar a maior revelação do futebol carioca.
Não demorou para o Corinthians
cruzar outra vez com o Peixe. No Pacaembu lotado, enfiou 2 a 0,
um gol do gaucho Flávio e o outro da revelação comprada junto ao Bangu,
o carioca Paulo Borges. A dupla aparece numa das formações escaladas
pelo novo técnico, Luís Alonso, o popular Lula, em pé a partir da
esquerda, Louro, Luís Carlos, Ditão, Diogo, Édson e Maciel; agachados,
Buião, Paulo Borges, Flávio, Rivelino e Eduardo.
João F.Tidei de Lima/ Historiador