MEMÓRIA DA BOLA


Em 1970, Oberdan Cattani, entre Galvão e Lisboa, em Bauru.
E EU?...
O rosário de homenagens do Palmeiras ao canonizado São Marcos, 39 anos, mexeu com os brios e a memória de outra legenda do Parque Antárctica, Oberdan Cattani, 93 anos. Que não conteve a cobrança: e eu?...
Merecidamente, Marcos reinou absoluto, na posição, nos últimos 20 anos. Mas, se a pesquisa chegar aos meados do século passado, a unanimidade chama-se Oberdan Cattani, que começou no Parque em 1940, quando o Palmeiras ainda se chamava Palestra Itália.
Em 1970, desembarcou em Bauru para contar um pouco da sua história. Entrevistado no programa Jogo Aberto, da PRG-8 Bauru Rádio Clube, pela equipe esportiva comandada por Walter Lisboa, que tinha ainda o comentarista Galvão de Moura e os repórteres Valdomiro Borges e Tidei de Lima.

Em 1954, Alfredão lotado na estréia do Noroeste contra esse São Paulo
CADÊ A TORCIDA?
Já batemos nessa tecla. Tem muita coisa errada acontecendo por aí. Em  Ribeirão Preto, mais de 600 mil habitantes, a volta do Come-Fogo, depois de 15 anos, levou só 8 mil pessoas ao estádio. Em Catanduva, mais de 220 mil habitantes, a estréia do Catanduvense na Primeirona, contra o grande Palmeiras, terceira torcida do Estado, foi testemunhada por 6 ou 7 mil pessoas...
Lembrei de um quadro contrastante, mas de outros tempos. Em 1954, Bauru com menos de 70 mil habitantes, o nosso Noroeste estreando no Paulistão. No velho e falecido Alfredão, mais de 15 mil pessoas se comprimiram para assistir a vitória do campeão paulista de 1953, por um a zero, gol de Gino. Com a formação da foto: em pé, da esquerda para a direita, Alfredo, De Sordi, Pé de Valsa, Poy, Mauro, Bauer e o mordomo Serrone; agachados, Teixerinha, Sarcinelli, Gino, Edelcio e Canhoteiro.
Os noroestinos Zeola e Luís Marini, que enfrentaram o Tricolor, continuam por aqui, torcendo para o retorno do Norusca ao convívio com os grandes na série A-1.

João F.Tidei Lima é historiador

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