Uma das formações do Brasil na Copa de 1950 |
AQUELE 16 DE
JULHO...
Ontem, 16 de julho, o Maracanã completou 61 anos desde que foi palco daqueles fatídicos 2 a 1, consagrando o Uruguai como campeão do mundo.
Favorito
disparado para nove entre dez jornalistas estrangeiros, precisando apenas de um
empate, e vencendo até o 21.o. minuto do segundo tempo, o Brasil foi incapaz de
sustentar a vantagem.
Pelos anos
afora, a cada 16 de julho, o lateral esquerdo Bigode, e o goleiro Barbosa,
apontados pelos jornalistas como os maiores culpados, eram procurados
para "explicar a falha" no gol da vitória uruguaia marcado pelo ponta
Gighia.
A partir de
um certo momento, Bigode não suportou mais, terminando por proteger-se "em
lugar incerto e não sabido", até o fim da vida, aos 81 anos, em 2003.
A mesma
sorte não teve o Barbosa. Aposentado como jogador, virou funcionário do
Maracanã, onde era facilmente localizado.
Nem mesmo o
passar dos anos e a mudança de mentalidade, enterrando fantasmas e mitos,
livraram o grande guardião de interlocutores eventualmente obtusos, como por
exemplo o técnico Zagalo, que na concentração de Teresópolis, em 1994,
proibiu-lhe uma foto conjunta com Taffarel.
Por que?
Ora, segundo Zagalo, para livrar o Taffarel da maldição do 16 de julho
encarnada pelo Barbosa. Morto aos 79 anos, em 2000!
Barbosa e
Bigode aparecem na foto de uma das formações do Brasil na Copa de 1950: em pé,
da esquerda para a direita, Ely, Juvenal, Augusto, Danilo, Barbosa, Bigode, e o
roupeiro Johnson; agachados, massagista Mário Américo, Maneca, Ademir,
Baltazar, Jair e Friaça.
zagueiro baqueano Gino Bacci (sentado), ao lado do técnico Waldemar de Brito |
EM BAURU
E para provar, que aquele 16 de julho era mesmo um dia onde a lógica estava subvertida, no derby da cidade contra o Noroeste, o técnico do BAC, Waldemar de Brito, escalou o pesado zagueiro central Gino Bacci como ponta esquerda. Placar final: BAC 1, Noroeste 0, gol dele...Gino! Que está aí, firme e forte, rompendo os 90 anos.
Por José F.Tidei Lima (Historiador)