PAPO DE FUTEBOL

Complicou
Resultados desconstroem argumentos. Sempre afirmei que o Noroeste não cai, por ser um time que criava no ataque e só precisava arrumar a zaga. Criava. Após sua pior partida no campeonato – nem na derrota por 5 a 1 em casa, para o Americana, fora tão apático – o Alvirrubro volta à zona de rebaixamento. Se continuar com essa bolinha, minha previsão vira fumaça. Previsão essa não motivada por otimismo, sério. Ainda dá, mas o tal fantasma do rebaixamento já está puxando um dos pés.
O atacante Danielzinho, do São Bernardo, em entrevista no intervalo da partida, definiu bem o que foi o time do ABC no primeiro tempo: agressivo. Partiu pra cima de um Noroeste acanhado, inofensivo, que obrigou o goleiro adversário a fazer uma única defesa, aos 36 minutos! Registre-se, entretanto, o escandaloso pênalti marcado a favor dos aurinegros. Renderá uma nova carta lamentosa da Federação Paulista, que não muda nada na classificação...
O treinador Lori Sandri teve que abandonar o 3-6-1 ainda no primeiro tempo, colocando Diego. Mas não precisava tirar Halisson, o melhor zagueiro do time! O técnico foi ainda mais infeliz no segundo tempo, ao colocar o meia Altair. Lento, muito lento, destruidor de contra-ataques. O segundo tempo, aliás, foi desacelerado e o Bernô apenas administrou sua vantagem.

Conta contra degola
Seguindo o raciocínio dos salvadores 21 pontos, seguem faltando 13, agora com 30 a disputar. O Alvirrubro precisa ter um aproveitamento de 43% para chegar lá. E a vaga para a Série D está bem longe.

Previsão furada
O diretor executivo do Noroeste, Beto Souza, afirmou a mim e aos colegas do Jornada Esportiva, ainda em 2010, que o time marcaria nove pontos nas três primeiras rodadas do campeonato: venceria Santo André em casa, o Botafogo fora e um Corinthians vindo de curta pré-temporada, no Pacaembu. Como se sabe, passadas nove rodadas, essa pontuação ainda não foi alcançada.

Desafio
O questionamento de semana passada nesta coluna refletiu no Complexo Damião Garcia. A diretoria baixou o ingresso para R$ 30 e lançou um desafio aos torcedores: só manterá o preço para as próximas partidas se o público pagante contra o São Caetano alcançar 5 mil. Difícil, pois a arquibancada é reflexo do time em campo.
O Noroeste justificou ainda que não baixa mais o preço – o que é permitido pela Federação, como comprovado aqui – por não ter apoio do empresariado local para subsidiar tal ação, o que acontece em outras cidades, segundo o marketing do clube.
Por fim, o Norusca tentou ser coerente ao anunciar que qualquer promoção daqui pra frente não poderá ter preço do ingresso mais baixo do que aquele já adquirido com antecedência pelo torcedor “Primeira Pele”. Escorregou. Quem comprou o pacote entre o final de novembro e o início de janeiro pagou R$ 325 pelos nove jogos, o que resulta em pouco mais de R$ 36 por partida. Valor maior do que os R$ 30 atuais, evidentemente...

Timão mordido
Se ainda não convenceu, o Corinthians ao menos tem entrado com motivação extra em clássicos. As piadas dos rivais pela queda na Libertadores viraram elixir para o Timão, que fez convincente 3 a 1 sobre o Santos. O Alvinegro ainda descobriu que Fábio Santos é bom na bola parada.

Lucas, o cara
O moleque que arrebentou no Sul-Americano sub-20 já retornou ao Morumbi gastando a bola. No São Paulo, virou referência técnica, acima de Rivaldo. Finalmente cai do pé mais um fruto de Cotia.


Texto publicado na coluna Papo de Futebol, do jornal Bom Dia Bauru de 21 de fevereiro de 2011

Por Fernando BH (www.canhota10.com)

Postar um comentário