Quando termina mais um Campeonato Brasileiro de Futebol volta à tona uma discussão bastante polêmica: a fórmula de disputa. Qual seria a ideal?
A de 2010, que terminou com o Fluminense campeão, ou seja, o tradicional sistema de pontos corridos, ou alternativas, como classificar os quatro melhores para um Quadrangular Final, ou ainda aquela fórmula de colocar como disputa final o campeão do primeiro e do segundo turno, etc.?
O tema não tem o que se poderia chamar de consenso. Divide e muito as opiniões. Na enquete que o programa Informasom da 94FM realizou no final de semana, o resultado foi praticamente um empate técnico.
Em defesa do sistema de pontos corridos, que foi o deste ano, pesam argumentos diversos, como a globalização do futebol e o Brasil ficaria diferente da forma estabelecida nos principais centros do futebol mundial. Os mais importantes campeonatos do Mundo são jogados com turno e returno em pontos corridos.
Também haveria problema relacionado a calendário, venda de carnês e ingressos antecipados. Tudo isso ficaria prejudicado, dificultando ainda os planejamentos das transmissões da Televisão, hoje importante fonte de renda dos clubes.
Um dos argumentos mais importantes é o entendimento que esse atual critério é o mais justo, premiando a equipe que for mais regular durante a competição, evitando que esse clube seja surpreendido por um tropeço num momento em que não poderia e acabar perdendo o título no final. Aliás, coisa que já aconteceu.
Os defensores de esquemas em que se encontrem os melhores num grande quadrangular final argumentam que daria muito mais motivação ao campeonato. Não haveria o problema de um clube disparar em vantagem e esvaziar a competição muito antes do seu término, pela conquista antecipada do título.
Argumentam que uma final com mais clubes motivaria muito mais, aumentaria a arrecadação e daria outra projeção ao campeonato, envolvendo mais os torcedores, a mídia, etc.
De qualquer maneira estamos em pleno calor da decisão do Brasileiro de 2010 e dirigentes e torcedores insatisfeitos poderiam sugerir mudanças, mas ao sabor das paixões e interesses.
Não vamos esquecer que o Estatuto do Torcedor prevê em seus artigos legais que qualquer alteração na fórmula de disputa só pode ser realizada com dois anos de antecedência. Assim se a CBF desejar fazer alterações, só valeriam para o campeonato de 2013.
Por Paulo Sergio Simonetti