Como não me canso de enaltecer aqui, sempre torci muito mais pelo time aqui de “minha aldeia”, onde nasci e vivo, o Esporte Clube Noroeste, do que os grandes times, como o Corinthians, outro que nutro paixão. Quem já esteve aqui no meu mafuá sabe que na tela do computador está uma ilustração chupada de um desenho do Gustavo, com a palavra “Volvemos!”. De uns tempos para cá acabei me aproximando de algumas torcidas organizadas. Coisa de uma década atrás ganhei uma camiseta da NORUSCAIPIRA, do professor Sinuhê. Tenho-a aqui até hoje, mas essa torcida durou pouco. Barriga cresceu inexplicavelmente e ela ficou pequena. Anos depois após ir observando a séria evolução e persistência de outra, a SANGUE RUBRO, acabei por me aproximar deles e hoje virei torcedor com carteirinha e tudo. Sou até convidado para os eventos lá deles. Um luxo!
Um desses, talvez o mais esperado do ano seja a grande festa de aniversário, que sempre ouvia ser de arromba. Na desse ano fui junto de Ana Bia (cheguei tarde, por volta das 14h30, quando muita gente já havia por lá passado). Eles depois de longo tempo sem um lugar fixo possuem hoje uma sede própria, bem próximo ao estádio e já virou rotina, antes e depois dos jogos do alvirrubro dou uma passadinha por lá, seja para um papo ou para um cervejinha. Na maioria das vezes coloco todas as conversas em dia. Ana Bia outro dia me disse: "Lá um dos poucos lugares onde mulher tem voz e é ouvida em Bauru". Acredito.
E no domingo passado, 28/11, alugaram o Salão de Festas Spazzio e todos com suas vestimentas vermelhas lotaram o amplo espaço, com salão coberto, churrasqueira, piscina e campos de areia. Juntos torcedores, familiares e muita gente de fora. Dentre esses, alguns da facção paulistana (Nelson Brandino e João Souto), que se deslocaram de Sampa para cá só para desfrutar do prazer de falar do Noroeste, fazer festa junto aos “sanguinários” (melhor que sanguessugas, não?) nesse seu retorno à 1º Divisão do Futebol paulista. A Sangue provando que no futebol nem tudo é rivalidade, convidou torcidas de vários times do interior e lá estavam representantes do São Carlense, Linense, Botafogo de Ribeirão, São Bento de Sorocaba e até do ex-Barueri.
O tradicional churrasco, como nos anos anteriores, entregue ao competente Varjão, deixou a todos satisfeitos (nada como ser amigo do churrasqueiro). Chopp por conta, direto de duas chopeiras da Itaipava. Chega-se em bom estado e na sua grande maioria, na hora da despedida, avarias consideráveis na resistência. E os muitos torcedores que lá estavam com filhos e esposas, puderam também saborear um imenso bolo (muito bebum entrou no bolo para glicosar). Várias rodas iam se formando e numa delas dois jornalistas, Rafael Antonio e Bruno Mestrinelli. Ouço um e leio o outro, mas do Rafael não me canso de elogiar, pois conseguiu cavar um espaço próprio dentro do novíssimo segmento dentro do rádio, a internet e ali consegue bravamente resistir. Conversei às pampas com Geraldão, ex-maquinista da Maria Fumaça, que junto do filho Marquinhos, são noroestinos até debaixo d’água. Pai, filho e neto juntos ali no amor ao Noroeste. Pavanello e a irmã, junto do presidente, estavam num dia de intensa movimentação e correria. Pouco se pode falar com eles, tal a agitação. Uma roda de samba foi montada ao lado da piscina e além dos sambas conhecidos de todos, gritos de louvor ao time do coração.
Domingo foi dia de decisão (quase!!!) no Brasileiro de futebol, mas podem acreditar, o que menos ouvi por lá foi algo sobre os grandes times. Todos ali estavam mais interessados nas coisas do nosso time, um vermelhinho a mexer com todos, alterar a pressão e provocar desassossegos.
Nada melhor do que passar uma tarde dessas, com um sol de rachar manona lá fora e um bando de doidos e doidas reverenciando o time do coração, um centenário no mundo do futebol. As pessoas que hoje dirigem o time passam, mas o visto ali, perdura e estávamos ali para isso. Que venha logo esse Paulistão, ano do retorno. Dos eternos problemas, deixemos isso para outros encontros e escritos, nesse o motivo da reunião era festar. E assim foi feito com muita galhardia e irreverência. Por pouco não precisei de um balão de oxigênio para conseguir chegar sã e salvo em casa. Sobrevivi, mas dessa vez foi por pouco.